Fate: A Saga Winx - Crítica da primeira temporada

Baseada na animação: Clube das Winx
Temporadas: 1
Gênero: Fantasia
Classificação: 16 anos
Canal de exibição: Netflix
Criação: Brian Young
Elenco: Abigail Cowen, Danny Griffin, Hannah van der Westhuysen, Elisha Applebaum, Freddie Thorp, Precious Mustapha, Sadie Soverall, Eliot Salt, Theo Graham, Eve Best, Robert James-Collier
Duração dos Episódios: entre 47 e 53 minutos

Sei que você vai querer ser
Uma de nós
Winx, quando damos nossas mãos
Nos tornamos poderosas
Porque juntas somos invencíveis

Admita! Você leu cantando a música!
Fate é uma adaptação live-action da animação Clube da Winx. Logo quando a produção foi anunciada primeiro fiquei animada, depois me perguntei qual seria o público alvo da série. Preciso reforçar dois pontos aqui: o primeiro é que nem todo desenho animado é para crianças e adolescentes e o segundo  é que, mesmo se o desenho for para crianças, vai ter adulto assistindo, porque tem um filho que assiste ou porque começou a ver (às vezes sem querer) e gostou.  Assistir um desenho animado infantil, ou consumir qualquer tipo de conteúdo (livros, filmes, séries, etc) feito para um público alvo mais jovem que você não te faz menos inteligente ou menos culto do que ninguém. Cada um assiste o que quer e o que te faz bem!
Observações feitas, voltemos a falar da série.
Eu assisti a animação Clube das Winx, mas não me lembro de muita coisa, só que o público alvo do desenho eram adolescentes. A série Fate, por mais que tenha personagens adolescentes (alguns fazendo "adolescentices", mas depois falamos disso) é focado num público maior de 16 anos. 
Não me lembro o suficiente da animação para dizer o que está fiel ao original e o que não está. Mas gostei bastante do resultado! 
A série tem um clima sombrio e de mistério. Outra coisa muito interessante de ser pontuada é o fato de serem exploradas outros aspectos da mitologia das fadas como, por exemplo, a questão das crianças trocadas. Explicando bem resumidamente para quem não está familiarizado com esse conceito, as fadas trocam um bebê humano por um bebê fada. A criança fada cresce no mundo humano e a criança humana cresce achando que é uma fada. O que geralmente muda nas histórias são os motivos pelos quais as fadas fazem isso; nos livros da Cassandra Clare, por exemplo, as fadas fazem essa troca para purificar seu sangue e assim fortalecer a linhagem, uma vez que eles são um povo muito antigo. 
O clima de sedução também está presente na série. Novamente, isso vem de outras histórias sobre fadas que trazem a sedução como uma característica marcante dessas criaturas. Essa sedução é abordada através da relação entre a Beatrix, o Riven (Freddie Thorp) e o Dane (Theo Graham).


Vamos falar de cada uma das nossas queridas Winx!
Aisha (Precious Mustapha) é uma fada da água. Ela é uma amiga fiel e compreensiva e está sempre tentando livrar a Bloom das enrascadas nas quais ela se mete. Terra (Eliot Salt) é uma fada da terra/flora (na animação o nome dessa personagem é Flora). Eu simplesmente adorei a Terra! Ela começa a série querendo ser aceita pelos outros, mas aos poucos ela vai se encontrando. Ela é gentil, mas pisa no calo dela para ver o que acontece! Musa (Elisha Applebaum) é uma fada da mente/empata que está tentando lidar com o maior desafio do seu poder: sentir as emoções das pessoas. Stella (Hannah van der Westhuysen) é uma fada da luz. Ela começa sendo a rival da Bloom e das outras meninas, mas aos poucos vai se aproximando delas e percebendo que demonstrar afeto não é uma fraqueza.
Bloom (Abigail Cowen) é uma fada do fogo e a grande protagonista da série. Por mais que as outras também sejam protagonistas, é em torno da Bloom que o enredo principal da série vai se desenvolver.  Ela descobre que é uma fada após um acidente e é levada para a escola Alfea, onde vai aprender a controlar seus poderes.
Lembram quando eu falei lá em cima sobre adolescentes fazendo "adolescentices"? 
Poís é. Apresento-lhes Bloom! Não sei o que está acontecendo na cultura pop ultimamente que as produções (livros, séries, filmes) começaram a explorar esse clichê do protagonista agindo primeiro e perguntando depois ao ponto da exaustão. Ok, eu sei que quando a gente é adolescente a gente faz isso às vezes; mas, talvez por eu já ter passado dessa fase, protagonistas impulsivos têm me irritado cada vez mais. 
Eu gostei da Bloom, mas ela age primeiro e pergunta depois e isso vai causando um monte de confusão para ela mesma e para outras pessoas. E ela não decide em quem vai confiar ao mesmo tempo em que confia em pessoas suspeitas. Ou seja, só arruma confusão e se não fosse pelas amigas não teria durado dois minutos resolvendo as coisas sozinhas. O lado positivo, e que diferencia a série de outras produções em que o protagonista é assim, é que ninguém passa pano para as atitudes impulsivas dela (Aisha, fada sensata! Literalmente!) e ela própria reconhece seus erros.
Já pode enaltecer a vilã?
Porque eu gostei da Beatrix...
Embora ache que não deva gostar. A personagem (interpretada por Sadie Soverall) é uma fada do ar e começa bastante misteriosa, o que automaticamente gera um interesse por ela. Queremos entender porque ela está fazendo aquelas coisas e qual sua motivação. 
Quem  leu os livros da Cassandra Clare e da Sarah J. Maas vai perceber que a Beatrix é a personagem da série que vai explorar duas características comumente associadas às fadas:  sedução e o fato de as fadas serem traiçoeiras, ou seja, a gente nunca sabe se a Beatrix está tentando ajudar de fato alguém ou se está simplesmente usando determinados persongens para conseguir o quer. Talvez ela seja uma vítima, talvez não.
Os personagens masculinos são bem fracos, sinto dizer. Acredito que o Sky (Danny Griffin) pode crescer muito na segunda temporada, mas, na primeira, achei o personagem bem fraco. O Riven é o bad boy da série, mas para mim ficou nítido que no fundo ele é uma boa pessoa. Ele parece fazer certas coisas apenas para chamar atenção, agora a questão é de quem. Ele é aquele personagem que facilmente pode ser tornar um vilão na série, mas por enquanto está mais para anti-herói que ainda tem salvação.
Precisamos falar sobre representatividade! Fate tem bastante representatividade: temos uma personagem gorda (e ela, ainda bem, não é o alívio cômico da série), temos um personagem bissexual, maaaaaas...
... não posso deixar de citar o fato de a Musa, personagem que é asiática na animação, não ser interpretada por uma atriz asiática. E, se não me engano, na animação a Flora (que na série é a Terra) é latina. Eu adorei as duas atriz escolhidas, mas a questão aqui não é essa. Uma das coisas mais legais na animação Clube das Winx era a diversidade étnica das protagonistas e é bem triste (e preocupante) isso ter sido apagado. É maravilhoso ter uma protagonista gorda! Ainda mais porque a Terra não deixa ninguém humilhá-la. Mas não dava para manter a etnia das personagens também? 
Lembro que representatividade na cultura pop importa sim! As pessoas precisam se ver representadas naquilo que consomem. E, como nós não somos todos iguais, quanto mais de gente puder se sentir representado no entretenimento, melhor!
Séries de fantasia precisam ter um bom orçamento e uma boa equipe de efeitos especiais para as coisas parecem reais. Do contrário, o que era para ser mágico fica tosco. Eu sei que nem todo mundo gostou desse aspecto da série. Mas eu não sou especialista em efeitos especiais e acho que os efeitos especiais estão condizentes com a proposta da série. 
Enfim, eu queria me divertir assistindo e Fate me proporcionou isso.
Se você gosta de livros, filme e séries de fantasia e está procurando algo para assistir que seja leve mas com um toque de mistério, Fate é uma ótima pedida!
E ah, você não precisa assistir a animação antes de ver a série. Mas quem já assistiu a animação e/ou era fã, vai adorar.

P.S.: Para desespero dessa blogueira que vos  escreve, a segunda temporada ainda não foi  confirmada.

Comentários

  1. ATUALIZAÇÃO: A Netflix já renovou a série para a segunda temporada! Quem aí está ansioso?

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