Sessão Pipoca - Moxie

 Moxie: Quando as garotas vão à luta

Moxie é baseado no livro de mesmo nome da autora Jennifer Mathieu (já tem resenha do  livro no canal, vou deixar o vídeo no final desse post). O filme (e o livro) conta a história da Vivian uma adolescente que está cansada dos constantes episódios de machismo que ela e todas as garotas da sua escola vivenciam constantemente na instituição. Inspirada numa caixa que encontra cheia de recordações da adolescência da mãe, ela cria um panfleto denunciando os absurdos que acontecem na escola e convidando as demais garotas a se posicionarem e lutarem com ela.
Apesar das protagonistas do filme estarem no ensino médio, o que elas vivenciam na escola mostram muito bem as situações, quase que cotidianas, pelas quais nós mulheres passamos, independentemente da idade.
Mas é claro que também há situações típicas do período escolar, mas que nem por isso deixam de ser erradas, como por exemplo a lista que os meninos do time de futebol organizam para eleger a garota mais bonita e a mais feia da escola. Eu já saí há muitos anos do ensino médio, mas já passei por isso vezes o suficiente para me lembrar o quanto essas listas são constrangedoras para as garotas não importa se tenham sido eleitas a mais bonita ou a mais feia. Se você está no ensino médio, na faculdade ou num local de trabalho e faz esse tipo de votação, por favor pare! Além do problema de incentivar a rivalidade feminina, esse tipo de votação considera nossos corpos como algo que precisa de avaliação e aprovação masculina. O filme mostra muito bem que quem organiza esse tipo de votação acredita que é uma tremenda honra para as mulheres participarem delas, mas nem sempre é o caso.
Dentre as várias questões que o filme aborda, gostaria de destacar a questão do assédio. Não se preocupem, não há nenhuma cena forte no filme, ele aborda isso de uma forma muito mais argumentativa. Numa cena, uma das alunas vai a diretoria reclamar que um dos garotos do time de futebol está assediando ela. A primeira reação da diretora da escola é falar para ela não usar essa palavra e tentar suavizar a situação porque "isso é coisa de garoto". É claro que a diretora desconsidera completamente a denúncia e o garoto não é nem sequer chamado na diretoria. Essa situação do filme nada mais é do que um reflexo de situações pelas quais várias mulheres já passaram ao denunciar um assédio ou algo mais grave: duvidarem da palavra da vítima, tentarem culpá-la pelo assédio sofrido, alegarem que esse comportamento é normal da parte do homem, alguém tentar convencer a vítima a não fazer a denúncia ou a retirá-la caso já tenha sido feito... infelizmente os exemplos são tantos que eu não consigo nem listar todos.
O filme debater essas questões e se passar numa escola de ensino médio foi uma ideia genial! Além de dialogar diretamente com o público jovem sobre essas questões; por ser um filme mais leve, ele é acessível a um público mais amplo e fala de feminismo de uma maneira simples e acessível. Então, independentemente da sua idade ou identidade de gênero, recomendo muito que você assista Moxie.


Porque assisti esse filme: Porque li o livro e gostei muito.
Diretora: Amy Poehler
Gênero: Comédia, Drama, Drama sobre questões sociais
Duração: 1 hora e 51 min.
Distribuidor: Netflix
Classificação indicativa: 16 anos
Correspondeu as minhas expectativas? Muito! 
Uma cena: A cena final das meninas no lado de fora da escola
Personagens preferidos: Lucy e Vivian
Recomendo o filme? É claro que sim!
Dicas para quem for assistir:
- Leia o livro (antes ou depois).
- Preste atenção na trilha sonora (ver abaixo).

Extras:

- Resenha do livro:

- Book Tour:

Recebi o livro na malinha de Novembro de 2018 do Turista Literário. Um dos itens da malinha é uma playlist inspirada no livro. No caso de Moxie, o Turista mandou o link de duas playlits, uma delas com as músicas mencionadas no livro. Como as músicas também estão muito presentes no filme, compartilho o link da playlist com vocês. Cliquem aqui para ouvir.

Comentários

  1. Olá,
    Eu não sabia desse livro até sair o filme. Eu adorei e, para mim, o ponto forte é exatamente o que citou, falar do feminismo de forma simples e acessível. É quase uma aula desenhada, e isso é sensacional.

    Beijo!
    www.amorpelaspaginas.com

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